sábado, 19 de novembro de 2011

Meio que um samba



Às vezes o calor do momento
Faz suar por dentro
E a gente se morde, se estranha,
A gente se risca ou se arranha.

Prefiro tomar um Engove
Depois de sair com a galera,
Você quer que eu chegue antes das nove
Para assistirmos a novela.

E a gente não gosta, se desentende,
Você é minha mulher mas não entende.
A gente faz careta e briga,
Mas às onze horas você me liga.

Prefiro driblar os amigos
Que ver você triste assim,
Você de implicância comigo
Não vai me deixar escrever fim.

Feliz Natal! Feliz Natal! Servidor estadual!



Pensei
Numa euforia tão voraz:
"Pra chegar o dia natalino,
Como é que faz?"

Lembrei
De quando era um menino,
Imaginava que presentes
Tinham árvores como destino.

E é Natal!

É Natal desde setembro,
Mas a minha cesta vai ainda demorar
Lá tem azeitona, pelo que eu lembro,
Não é gostoso, mas é de mastigar.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Constelação Karine



Hoje eu descobri que não quero mais passar um dia sequer longe de você.

As mulheres desfilam com shorts curtos
Exibindo peças de carne em vitrines de açougue.

Os homens gritam "gostosa" aos curdos
E eu me pergunto se isso já serviu a alguém
Ou é só um desabafo caloroso,
Como o que escrevo agora a ninguém.

Mas no meu caso, ao revés,
Por mim a gente via Doug e, quando as luz se apagasse,
Eu encostava a minha perna na sua, se você deixasse
Olhando seu All Star, imaginando seus pés.

Hoje eu descobri que não quero mais passar um dia sequer longe de você.

As mulheres usam salto e maquiagem,
Exibindo fantasias num baile de Carnaval.

Os homens as convidam a passearem
Num shopping chique, do tipo Fashion Mall.
Eu me pergunto se alguém já foi feliz
Ou se é só uma forma de provar "eu te amo" quando se diz.

Mas eu digo de maneira diferente,
Na varanda da madrinha, de frente para a estação,
Eu ia apontar e dizer o nome de cada constelação,
Se eu não soubesse, inventaria, Constelação Karine
                                        Assim como estrela cadente
                                            (brilhante, único e monógamo).

Estrelas cadentes são como sonhos de dormir até às três,
Encantam poque são de mentira.
Mas ninguém lembra que são de verdade oito horas por dia
E eu não me importo em ficar fora das suas outras dezesseis.