domingo, 5 de agosto de 2012

Indivíduo por dois




E mais um vez, debaixo do meu nariz,
Me ocorre esta operação fracionária
Enquanto se assiste Meia Noite em Paris
Deitado bem no meio da sala.

Incenso ao meio queimando sobre a mesa,
Ao lado, uma folha rabiscada até a metade,
No meu petit gateau de sobremesa
Há muita cauda de chocolate.

Meia taça de espumante
Equilibrada na metade dos dedos
Que é para tragar qual um fumante
E esquecer de todos os medos.

No meio de julho, um banho bem gelado,
Afogando os outros seis meses
Que estão engatilhados.

Ao me perguntar se pronta a poesia,
Já me vem um certo receio,
Acontece que tudo na minha vida
É meio.

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