sábado, 7 de maio de 2011

http://www.zap.com.br/imoveis/lua/terreno/venda/?tipobusca=rapida




Comprei um terreno na Lua,

Uns tantos hectares
De frente para o mar
E à direita de Antares,
Vou dar cambalhotas no ar.

Para dar giros nos aires
Parto ansioso na primeira noite de luar.
Esperarei para ouvir "como estares?"
Quando minha mãe ligar.

Mas espera um momento,
Não poderei dar nenhum telefonema
Para meu sofrimento,
Mas não tem problema:

Só assim não tenho aquele sentimento
De angústia ao tocar do telefone.

Não poderei entrar no Facebook
Para ver nas fotos da festa da Iracema
A galera e seu look,
Mas não tem problema:

Só assim não vejo de encarte
Das pessoas que poderiam morar em Marte.

Não poderei ler o jornal,
Estarei tão desatualizado que usarei trema,
Alguns me chamarão boçal,
Mas não tem problema:

Só assim não me torno ciente de assaltos,
Roubos, algumas mentiras, brigas e assassinatos.

Vou me mudar para a Lua
E serei feliz.
Afinal, não tem problema viver no mundo da Lua,
Quando se sabe o que diz.

2 comentários:

  1. Caraca, louco! Muito maneiro esse! Parece que despertou algo a mais em vc.. um fio mais poético e menos preocupado com estética ou construção de rimas, etc. É só continuar.. e vc vai evoluir por si só... Já to seguindo \o/ Abração!

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  2. Gosto de entrar na net, sem nada para fazer, e ler palavras assim: lindas, simples, flutuantes. Quisera eu me mudar para lua. Agora, cá entre nós, esse seu poema me lembro Manuel Bandeira, em " Vou-me embora para Pasárgada". É serio, poxa. Tem um certo desespero e um alívio. Tem algo muito seu aí, embora eu não saiba muito quem é você. Mas é o que as palavras fazem conosco. Fazem-nos íntimos de qualquer um que possa compreender o que é belo, de fato. Parabéns. Estarei aqui em todos os posts!!!!

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