sábado, 11 de junho de 2011
Palavras cruzadas
Com todos os tons de cores acinzentadas
Agora eu vi que essa casa de
Paredes e e janelas acidentadas
Impede que eu,
Tonto de idéias e tentativas frustradas,
Almeje o que é meu por obrigação,
Lide com naturalidade à imposição.
Impressiona minha casa ser uma metáfora para
Sabaneta sem portão,
Mas muito apenas se sente, a
Outra parte é a que mente.
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----> Grades da impossibilidade.
terça-feira, 7 de junho de 2011
Fotografia
Era você,
Era eu,
Era só te ver ali que
Éramos.
Todavia, naquele infinito na parede,
Apesar de tudo, ainda brincamos,
Rimos e balançamos na rede.
Sem nos importar em saber quando vamos.
Vamos?
Você vai partir
Eu vou me tornar velho e chato
E esquecer de rir.
Mas antes disso eu só quero ter uma certeza,
Há uma coisa que fura minha cabeça
E fere minha existência
Mas que raramente eu tenho paciência
Em pensar
Será que a morte é o propósito de nossa existência
ou ainda temos passos a dar?
Será que algum gênio da ciência
Pode me alertar se um dia vou te reencontrar?
Até lá eu só tenho uma certeza,
Que em algum lugar desse universo, dentro de uma moldura,
Talvez eu seja um pouco cabeça-dura,
Mas em certas horas não se pode pensar com frieza,
Duas crianças vivem como podem
E como poderiam além de com pureza?
E essas crianças sou eu e é você
Somos nós, como costumávamos ser.
E vamos brincar e nos abraçar até que eu me esqueça...
...Que antes de partir eu podia te dizer
Eu te amo!
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Viagem Astral Teórico-Experimental
Acordei,
Me vi deitado,
De barriga pra cima,
Relaxado.
Sem fome,
Sem nome,
Sem sono
E nem dono.
Voei,
Vi tudo do alto,
As telhas e o
Asfato.
Sem gravidade,
Sem futilidade,
Sem passaporte
E nem deporte.
Talvez seja assim depois da morte.
"Acordei",
Me vi no espelho,
De cabelo pra cima,
Desajeitado.
Com obrigação,
Com religião,
Com trabalho
E horário.
Aterrissei,
Vi tudo no alto,
Os aviões e o
Jato.
Com medo,
Com enredo,
Com localização
E com ambição.
Talvez seja de ter um carrão.
Cuide do que é seu!
Já rezava a lenda: "quem não dá assistência perde para o concorrência"
Ou alguma outra frase amorosa que faça uma alusão ao supermercado,
Mas para julgar os escritos das páginas da minha vida com consciência
Vou abrir nesse capítulo que já está muito bem marcado.
Capítulo no qual eu conheci uma pessoa,
No começo nossa convivência era até muito boa,
No final eu estava, para ser bem cortês, saturado.
Ela chegou de mansinho e o vestiu com roupas de vaga-lume,
Ele ficou hipnotizado pelo seu vestido tingido a carmim.
Eu, que nunca liguei muito pra ele, tive um surto psicossomático de ciúmes
Porque senti que ele estava se afastando de mim
Já não compartilhávamos o interesse pela astronomia,
Por Woody Allen, por exposições ou por filosofia.
Raramente conseguia levá-lo ao saudoso botequim.
Talvez tenha sido tudo culpa desse meu jeito ciumento,
De não poder dividir quem eu amo,
Culminando em brigas e até alguns xingamentos violentos,
Birras, gritos e nomes profanos.
Tudo isso porque eu não suportava a influência dela nele.
Tudo isso porque eu sou ele.
Tudo isso porque eu me amo!
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